LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO I

Professor Diminoi

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS I
01) (Fuvest - 2014) A civilização “pós-moderna” culminou em um progresso inegável, que não foi percebido antecipadamente, em sua inteireza. Ao mesmo tempo, sob o “mau uso” da ciência, da tecnologia e da capacidade de invenção nos precipitou na miséria moral inexorável. Os que condenam a ciência, a tecnologia e a invenção criativa por essa miséria ignoram os desafios que explodiram com o capitalismo monopolista de sua terceira fase.
Em páginas secas premonitórias, E. Mandel1 apontara tais riscos. O “livre jogo do mercado” (que não é e nunca foi “livre”) rasgou o ventre das vítimas: milhões de seres humanos nos países ricos e uma carrada maior de milhões nos países pobres. O centro acabou fabricando a sua periferia intrínseca e apossou-se, como não sucedeu nem sob o regime colonial direto, das outras periferias externas, que abrangem quase todo o “resto do mundo”.
1: Ernest Ezra Mandel (1923-1995): economista e militante político belga.
O emprego de aspas em uma dada expressão pode servir, inclusive, para indicar que ela
I. foi utilizada pelo autor com algum tipo de restrição;
II. pertence ao jargão de uma determinada área do conhecimento;
III. contém sentido pejorativo, não assumido pelo autor.
Considere as seguintes ocorrências de emprego de aspas presentes no texto:
“pós-moderna” (L. 1);
B. “mau uso” (L. 2);
C. “livre jogo do mercado” (L.6);
D. “livre” (L. 7);
E. “resto do mundo” (L. 9).
As modalidades I, II e III de uso de aspas, elencadas acima, verificam-se, respectivamente, em
(A) A, C e E
(B) B, C e D
(C) C, D e E
(D) A, B e E
(E) B, D e A
Resolução
O uso das aspas no texto indicam algumas intenções do autor:
“Pós-moderna”: o autor entende que ainda existem algumas restrições sobre o uso desse termo, seja por ser incerto ou pouco aceito pela comunidade acadêmica. O termo pós-moderno indica uma fase que começou após o modernismo, no entanto, alguns autores se referem a esse momento por “contemporaneidade”.
“Livre jogo do mercado”: as aspas aqui foram usadas pois essa é uma expressão usada na área da economia e, portanto, trata-se de um jargão. Ela indica a liberdade do mercado em atuar sem intervenção do estado.
“Resto do mundo”: o autor usou aspas nessa expressão para indicar que existe um caráter pejorativo nela do qual ele não compartilha, ou seja, não concorda.
Alternativa A

02) (Enem - 2012) “Ele era o inimigo do rei”, nas palavras de seu biógrafo, Lira Neto. Ou, ainda, “um romancista que colecionava desafetos, azucrinava D. Pedro II e acabou inventando o Brasil”. Assim era José de Alencar (1829-1877), o conhecido autor de O guarani e Iracema, tido como o pai do romance no Brasil.
Além de criar clássicos da literatura brasileira com temas nativistas, indianistas e históricos, ele foi também folhetinista, diretor de jornal, autor de peças de teatro, advogado, deputado federal e até ministro da Justiça. Para ajudar na descoberta das múltiplas facetas desse personagem do século XIX, parte de seu acervo inédito será digitalizada.
Com base no texto, que trata do papel do escritor José de Alencar e da futura digitalização de sua obra, depreende-se que
(A) a digitalização dos textos é importante para que os leitores possam compreender seus romances.
(B) o conhecido autor de O guarani e Iracema foi importante porque deixou uma vasta obra literária com temática atemporal.
(C) a divulgação das obras de José de Alencar, por meio da digitalização, demonstra sua importância para a história do Brasil Imperial.
(D) a digitalização dos textos de José de Alencar terá importante papel na preservação da memória linguística e da identidade nacional.
(E) o grande romancista José de Alencar é importante porque se destacou por sua temática indianista.
Resolução
A importância de José de Alencar (1829-1877) não se limita somente ao Brasil Imperial (1822-1889). Escritor multifacetado, ele atuou como jornalista, crítico, advogado, dramaturgo e político, sendo uma das figuras mais importantes da literatura romântica nacional.
Por esse motivo, a digitalização de suas obras, sem dúvida, fortalecerá a preservação da memória linguística e da identidade nacional, tornando público seus escritos.
Alternativa D

03) (Enem - 2012) A substituição do haver por ter em construções existenciais, no português do Brasil, corresponde a um dos processos mais característicos da história da língua portuguesa, paralelo ao que já ocorrera em relação à aplicação do domínio de ter na área semântica de “posse”, no final da fase arcaica.
Mattos e Silva (2001:136) analisa as vitórias de ter sobre haver e discute a emergência de ter existencial, tomando por base a obra pedagógica de João de Barros. Em textos escritos nos anos quarenta e cinquenta do século XVI, encontram-se evidências, embora raras, tanto de ter “existencial”, não mencionado pelos clássicos estudos de sintaxe histórica, quanto de haver como verbo existencial com concordância, lembrado por Ivo Castro, e anotado como “novidade” no século XVIII por Said Ali.
Como se vê, nada é categórico e um purismo estreito só revela um conhecimento deficiente da língua. Há mais perguntas que respostas. Pode-se conceber uma norma única e prescritiva? É válido confundir o bom uso e a norma com a própria língua e dessa forma fazer uma avaliação crítica e hierarquizante de outros usos e, através deles, dos usuários? Substitui-se uma norma por outra?
Para a autora, a substituição de “haver” por “ter” em diferentes contextos evidencia que
(A) o estabelecimento de uma norma prescinde de uma pesquisa histórica.
(B) os estudo clássicos de sintaxe histórica enfatizam a variação e a mudança na língua.
(C) a avaliação crítica e hierarquizante dos usos da língua fundamenta a definição da norma.
(D) a adoção de uma única norma revela uma atitude adequada para os estudos linguísticos.
(E) os comportamentos puristas são prejudiciais à compreensão da constituição linguística.
Resolução
Na opinião da autora, o purismo da língua traz consequências que dificultam a compreensão linguística e, por isso, são prejudiciais. Esse purismo está relacionado com a hierarquização dos usos da língua que gera preconceito linguístico entre os falantes.
Alternativa E

04) (UERJ - 2016/1) “Todo abacate é verde. O incrível Hulk é verde. O incrível Hulk é um abacate.”
Todo argumento pode se tornar um sofisma: um raciocínio errado ou inadequado que nos leva a conclusões falsas ou improcedentes.
O último parágrafo do texto é um exemplo de sofisma, considerando que, da constatação de que todo abacate é verde, não se pode deduzir que só os abacates têm cor verde.
Esse é o tipo de sofisma que adota o seguinte procedimento:
(A) enumeração incorreta
(B) generalização indevida
(C) representação imprecisa
(D) exemplificação inconsistente
(E) NDA
Resolução
No caso de generalização indevida, chega-se a uma conclusão geral precipitada a partir de uma situação particular, cuja amostra analisada é muito pequena não sendo possível sustentar uma generalização.
No exemplo acima ocorreu isso, o que gerou um erro de lógica, uma vez que a generalização criada não pode ser utilizada em todos os casos possíveis.
Alternativa D

05) (ETEC - 2017/1) "Em um mundo marcado por conflitos em diferentes regiões, as operações de manutenção da paz das Nações Unidas são a expressão mais visível do compromisso solidário da comunidade internacional com a promoção da paz e da segurança.
Embora não estejam expressamente mencionadas na Carta da ONU, elas funcionam como instrumento para assegurar a presença dessa organização em áreas conflagradas, de modo a incentivar as partes em conflito a superar suas disputas por meio pacífico – razão pela qual não devem ser vistas como forma de intervenção armada."
De acordo com o texto, essa missão foi criada para
(A) restabelecer a segurança e normalidade institucional do Haiti após sucessivos episódios de turbulência política e de violência, que marcaram esse país no início do século XXI.
(B) atacar os garimpos ilegais de diamantes no interior do Haiti, que usavam mão de obra infantil nas minas onde esse minério é encontrado.
(C) combater o narcotráfico comandado pelo Cartel de Medelin, que a partir do Haiti distribuía drogas para todos os países da América Latina.
(D) acabar com os problemas ambientais crônicos no Haiti, pois esse país era o principal responsável pela poluição ambiental no Caribe.
(E) extinguir a rede de trabalho escravo existente no Haiti, que utilizava esse tipo de mão de obra nas plantações de soja e trigo.
Resolução
Segundo o texto, a ONU (Organização das Nações Unidas) tem como compromisso amenizar as disputas entre algumas regiões e trazer paz e segurança aos locais envolvidos em conflitos.
Da mesma forma, a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah) tem como intuito restabelecer a segurança do local, depois de anos de conflitos e episódios de violência.
Alternativa A

06) (Fatec - 2013) Leia o texto para responder às questões.
O labirinto dos manuais
Há alguns meses troquei meu celular. Um modelo lindo, pequeno, prático. Segundo a vendedora, era capaz de tudo e mais um pouco. Fotografava, fazia vídeos, recebia e-mails e até servia para telefonar. Abri o manual, entusiasmado. “Agora eu aprendo”, decidi, folheando as 49 páginas. Já na primeira, tentei executar as funções. Duas horas depois, eu estava prestes a roer o aparelho. O manual tentava prever todas as possibilidades. Virou um labirinto de instruções!
Na semana seguinte, tentei baixar o som da campainha. Só aumentava. Buscava o vibracall, não achava. Era só alguém me chamar e todo mundo em torno saía correndo, pensando que era o alarme de incêndio! Quem me salvou foi um motorista de táxi.
— Manual só confunde – disse didaticamente. – Dá uma de curioso.
Insisti e finalmente descobri que estava no vibracall há meses! O único problema é que agora não consigo botar a campainha de volta!
Atualmente, estou de computador novo. Fiz o que toda pessoa minuciosa faria. Comprei um livro. Na capa, a promessa: “Rápido e fácil” – um guia prático, simples e colorido! Resolvi: “Vou seguir cada instrução, página por página. Do que adianta ter um supercomputador se não sei usá-lo?”. Quando cheguei à página 20, minha cabeça latejava. O livro tem 342! Cada vez que olho, dá vontade de chorar! Não seria melhor gastar o tempo relendo Guerra e Paz*?
Tudo foi criado para simplificar. Mas até o microndas ficou difícil. A não ser que eu queira fazer pipoca, que possui sua tecla própria. Mas não posso me alimentar só de pipoca! Ainda se emagrecesse... E o fax com secretária eletrônica? O anterior era simples. Eu apertava um botão e apagava as mensagens. O atual exige que eu toque em um, depois em outro para confirmar, e de novo no primeiro! Outro dia, a luzinha estava piscando. Tentei ouvir a mensagem. A secretária disparou todas as mensagens, desde o início do ano!
Eu sei que para a garotada que está aí tudo parece muito simples. Mas o mundo é para todos, não é? Talvez alguém dê aulas para entender manuais! Ou o jeito seria aprender só aquilo de que tenho realmente necessidade, e não usar todas as funções. É o que a maioria das pessoas acaba fazendo!
Pelos comentários feitos pelo narrador, pode-se concluir corretamente que
(A) a leitura de obras-primas da literatura é atividade mais produtiva do que utilizar celulares e computadores.
(B) os manuais cujas diversas instruções os usuários não conseguem compreender e pôr em prática são improdutivos.
(C) a vendedora foi convincente, pois o narrador comprou o celular, embora duvidasse das qualidades prometidas pelo aparelho.
(D) o manual sobre computadores, ao contrário de outros do gênero, cumpria a promessa assumida nos dizeres impressos na capa.
(E) os jovens deveriam ensinar computação aos mais velhos, pois, dessa forma, estes últimos entenderiam as funções básicas do equipamento.
Resolução
Segundo o texto, os manuais de instruções dos aparelhos mais confundem do que ajudam e, por isso, são indicados como “labirintos” onde as pessoas se perdem.
Alternativa B

06)  Analise as afirmações sobre trechos do texto e assinale a correta.
(A) Em –  alguns meses, troquei meu celular. –, o verbo haver indica tempo decorrido e pode ser substituído, corretamente, por Fazem.
(B) Em – Fotografava, fazia vídeos, recebia e-mails e até servia para telefonar. –, o termo em destaque expressa a ideia de exclusão.
(C) Em – Virou um labirinto de instruções! –, o termo em destaque foi empregado em sentido figurado, indicando confusão, incompreensibilidade.
(D) Em – Fiz o que toda pessoa minuciosa faria. –, o termo em destaque pode ser substituído, corretamente e sem alteração do sentido do texto, por limitada.
(E) Em – Mas não posso me alimentar só de pipoca! –, a conjunção em destaque expressa a ideia de comparação.
Resolução
O termo “labirinto” foi utilizado no texto em seu sentido figurado (ou conotativo) indicando algo complexo e que causa confusão, tal qual um labirinto.
Alternativa C

07) (Fuvest - 2013) A essência da teoria democrática é a supressão de qualquer imposição de classe, fundada no postulado ou na crença de que os conflitos e problemas humanos – econômicos, políticos, ou sociais – são solucionáveis pela educação, isto é, pela cooperação voluntária, mobilizada pela opinião pública esclarecida. Está claro que essa opinião pública terá de ser formada à luz dos melhores conhecimentos existentes e, assim, a pesquisa científica nos campos das ciências naturais e das chamadas ciências sociais deverá se fazer a mais ampla, a mais vigorosa, a mais livre, e a difusão desses conhecimentos, a mais completa, a mais imparcial e em termos que os tornem acessíveis a todos.
No trecho “chamadas ciências sociais”, o emprego do termo “chamadas” indica que o autor
(A) vê, nas “ciências sociais”, uma panaceia, não uma análise crítica da sociedade.
(B) considera utópicos os objetivos dessas ciências.
(C) prefere a denominação “teoria social” à denominação “ciências sociais”.
(D) discorda dos pressupostos teóricos dessas ciências.
(E) utiliza com reserva a denominação “ciências sociais”.
Resolução
Ao utilizar a palavra “chamadas” antes de “ciências sociais”, o autor do texto evita a generalização do termo, utilizando-o com reserva.
Alternativa E

08) (Unesp - 2010)
Texto 1
Porque morrer é uma ou outra destas duas coisas: ou o morto não tem absolutamente nenhuma existência, nenhuma consciência do que quer que seja, ou, como se diz, a morte é precisamente uma mudança de existência e, para a alma, uma migração deste lugar para um outro. Se, de fato, não há sensação alguma, mas é como um sono, a morte seria um maravilhoso presente. […] Se, ao contrário, a morte é como uma passagem deste para outro lugar, e, se é verdade o que se diz que lá se encontram todos os mortos, qual o bem que poderia existir, ó juízes, maior do que este? Porque, se chegarmos ao Hades, libertando-nos destes que se vangloriam serem juízes, havemos de encontrar os verdadeiros juízes, os quais nos diria que fazem justiça acolá: Monos e Radamante, Éaco e Triptolemo, e tantos outros deuses e semideuses que foram justos na vida; seria então essa viagem uma viagem de se fazer pouco caso? Que preço não seríeis capazes de pagar, para conversar com Orfeu, Museu, Hesíodo e Homero?

Texto 2
Ninguém sabe quando será seu último passeio, mas agora é possível se despedir em grande estilo. Uma 300C Touring, a versão perua do sedã de luxo da Chrysler, foi transformada no primeiro carro funerário customizado da América Latina. A mudança levou sete meses, custou R$ 160 mil e deixou o carro com oito metros de comprimento e 2 340 kg, três metros e 540 kg além da original. O Funeral Car 300C tem luzes piscantes na já imponente dianteira e enormes rodas, de aro 22, com direito a pequenos caixões estilizados nos raios. Bandeiras nas pontas do capô, como nos carros de diplomatas, dão um toque refinado. Com o chassi mais longo, o banco traseiro foi mantido para familiares acompanharem o cortejo dentro do carro. No encosto dos dianteiros, telas exibem mensagens de conforto. O carro faz parte de um pacote de cerimonial fúnebre que inclui, além do cortejo no Funeral Car 300C, serviços como violinistas e revoada de pombas brancas no enterro.
Confrontando o conteúdo dos dois textos, pode-se afirmar que:
(A) embora os dois textos transmitam concepções divergentes acerca da morte, eles tratam de visões concernentes à mesma época, a saber, a sociedade atual.
(B) sob o ponto de vista filosófico, não há diferenças qualitativas entre uma e outra concepção sobre a morte.
(C) os comentários do texto grego sobre a morte são coerentes com uma filosofia de forte valorização do corpo em detrimento da alma, e do mundo sensível sobre o mundo inteligível.
(D) o texto de Platão evidencia uma cultura monoteísta, enquanto que o segundo é politeísta.
(E) enquanto no primeiro texto transparece a dignidade metafísica da morte, no segundo sugere-se a conversão do funeral em espetáculo da sociedade de consumo.
Resolução
A partir da leitura dos textos, fica claro que a morte é o tema principal, porém é abordada de maneiras diferentes.
Assim, no primeiro texto temos a morte como a passagem do mundo terreno ao espiritual; enquanto no segundo, o foco está no espetáculo do consumo, evocado por um “carro faz que parte de um pacote de cerimonial fúnebre”.
Alternativa E

09) (Enem - 2013)
Adolescentes: mais altos, gordos e preguiçosos
A oferta de produtos industrializados e a falta de tempo têm sua parcela de responsabilidade no aumento da silhueta dos jovens. “Os nossos hábitos alimentares, de modo geral, mudaram muito”, observa Vivian Ellinger, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), no Rio de Janeiro. Pesquisas mostram que, aqui no Brasil, estamos exagerando no sal e no açúcar, além de tomar pouco leite e comer menos frutas e feijão.
Outro pecado, velho conhecido de quem exibe excesso de gordura por causa da gula, surge como marca da nova geração: a preguiça. “Cem por cento das meninas que participam do Programa não praticavam nenhum esporte”, revela a psicóloga Cristina Freire, que monitora o desenvolvimento emocional das voluntárias.
Você provavelmente já sabe quais são as consequências de uma rotina sedentária e cheia de gordura. “E não é novidade que os obesos têm uma sobrevida menor”, acredita Claudia Cozer, endocrinologista da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Mas, se há cinco anos os estudos projetavam um futuro sombrio para os jovens, no cenário atual as doenças que viriam na velhice já são parte da rotina deles. “Os adolescentes já estão sofrendo com hipertensão e diabete”, exemplifica Claudia.
Sobre a relação entre os hábitos da população adolescente e as suas condições de saúde, as informações apresentadas no texto indicam que
(A) a falta de atividade física somada a uma alimentação nutricionalmente desequilibrada constituem fatores relacionados ao aparecimento de doenças crônicas entre os adolescentes.
(B) a diminuição do consumo de alimentos fontes de carboidratos combinada com um maior consumo de alimentos ricos em proteínas contribuíram para o aumento da obesidade entre os adolescentes.
(C) a maior participação dos alimentos industrializados e gordurosos na dieta da população adolescente tem tornado escasso o consumo de sais e açúcares, o que prejudica o equilíbrio metabólico.
(D) a ocorrência de casos de hipertensão e diabetes entre os adolescentes advém das condições de alimentação, enquanto que na população adulta os fatores hereditários são preponderantes.
(E) a prática regular de atividade física é um importante fator de controle da diabetes entre a população adolescente, por provocar um constante aumento da pressão arterial sistólica.
Resolução
Com a leitura do texto, fica claro entender que a intenção da autora é alertar para os hábitos pouco ou nada saudáveis dos jovens da atualidade.
Destacam-se o consumo dos alimentos pobres em nutrientes e a falta de práticas diárias de exercícios físicos, o que levam ao sedentarismo e, consequentemente, ao surgimento de doenças crônicas.
Alternativa  A

10) (UERJ - 2016)
A última fala da tirinha causa um estranhamento, porque assinala a ausência de um elemento fundamental para a instalação de um tribunal: a existência de alguém que esteja sendo acusado.
Essa fala sugere o seguinte ponto de vista do autor em relação aos usuários da internet:
(A) proferem vereditos fictícios sem que haja legitimidade do processo
(B) configuram julgamentos vazios ainda que existam crimes comprovados
(C) emitem juízos sobre os outros mas não se veem na posição de acusados
(D) apressam-se em opiniões superficiais mesmo que possuam dados concretos
(E) N.D.A.
Resolução
Com a expansão da internet e das redes sociais é muito comum hoje em dia se deparar com discussões e opiniões de pessoas que julgam as outras sem fundamentação.
Na tirinha, o estranhamento é causado justamente pela falta de uma das principais figuras de um tribunal: o réu, que significa o acusado da sentença. Assim, existem muitos juízes, porém faltam muitos réus.
Alternativa C

11) (Enem - 2017)
Os textos publicitários são produzidos para cumprir determinadas funções comunicativas. Os objetivos desse cartaz estão voltados para a conscientização dos brasileiros sobre a necessidade de
(A) as crianças frequentarem a escola regularmente.
(B) a formação leitora começar na infância.
(C) a alfabetização acontecer na idade certa.
(D) a literatura ter o seu mercado consumidor ampliado.
(D) as escolas desenvolverem campanhas a favor da leitura.
Resolução
A partir da análise e leitura do cartaz é possível entender sua mensagem principal: a importância da leitura na educação infantil.
Alternativa B

12) (UEA - 2017) Leia o trecho de Quincas Borba, de Machado de Assis:
E enquanto uma chora, outra ri; é a lei do mundo, meu rico senhor; é a perfeição universal. Tudo chorando seria monótono, tudo rindo cansativo; mas uma boa distribuição de lágrimas e polcas1, soluços e sarabandas2, acaba por trazer à alma do mundo a variedade necessária, e faz-se o equilíbrio da vida.
De acordo com o narrador,
(A) os erros do passado não afetam o presente.
(B) a existência é marcada por antagonismos.
(C) a sabedoria está em perseguir a felicidade.
(D) cada instante vivido deve ser festejado.
(E) os momentos felizes são mais raros que os tristes.
Resolução
A partir da leitura do trecho de Quincas Borba, fica claro que a vida é marcada por diferentes antagonismos ou oposições (chora e ri), e isso é o que denota seu equilíbrio.
Alternativa B

13) (Unesp - 2011)
O fim do marketing
A empresa vende ao consumidor
— com a web não é mais assim
Com a internet se tornando onipresente, os Quatro Ps do marketing — produto, praça, preço e promoção — não funcionam mais. O paradigma era simples e unidirecional: as empresas vendem aos consumidores. Nós criamos produtos; fixamos preços; definimos os locais onde vendê-los; e fazemos anúncios. Nós controlamos a mensagem. A internet transforma todas essas atividades.
(...)
Os produtos agora são customizados em massa, envolvem serviços e são marcados pelo conhecimento e os gostos dos consumidores. Por meio de comunidades online, os consumidores hoje participam do desenvolvimento do produto. Produtos estão se tornando experiências. Estão mortas as velhas concepções industriais na definição e marketing de produtos.
(...)
Graças às vendas online e à nova dinâmica do mercado, os preços fixados pelo fornecedor estão sendo cada vez mais desafiados. Hoje questionamos até o conceito de “preço”, à medida que os consumidores ganham acesso a ferramentas que lhes permitem determinar quanto querem pagar. Os consumidores vão oferecer vários preços por um produto, dependendo de condições específicas. Compradores e vendedores trocam mais informações e o preço se torna fluido. Os mercados, e não as empresas, decidem sobre os preços de produtos e serviços.
(...)
A empresa moderna compete em dois mundos: um físico (a praça, ou marketplace) e um mundo digital de informação (o espaço mercadológico, ou marketspace). As empresas não devem preocupar-se com a criação de um web site vistoso, mas sim de uma grande comunidade online e com o capital de relacionamento. Corações, e não olhos, são o que conta. Dentro de uma década, a maioria dos produtos será vendida no espaço mercadológico. Uma nova fronteira de comércio é a marketface — a interface entre o marketplace e o marketspace.
(...)
Publicidade, promoção, relações públicas etc. exploram “mensagens” unidirecionais, de um-para-muitos e de tamanho único, dirigidas a consumidores sem rosto e sem poder. As comunidades online perturbam drasticamente esse modelo. Os consumidores com frequência têm acesso a informações sobre os produtos, e o poder passa para o lado deles. São eles que controlam as regras do mercado, não você. Eles escolhem o meio e a mensagem. Em vez de receber mensagens enviadas por profissionais de relações públicas, eles criam a “opinião pública” online.
Os marqueteiros estão perdendo o controle, e isso é muito bom.
A leitura atenta deste instigante artigo de Don Tapscott revela que o tema central de sua mensagem é:
(A) O advento do comércio via internet subverteu as teorias tradicionais de marketing.
(B) O comércio via internet confirma todas as teorias de publicidade e marketing vigentes.
(C) A aplicação dos princípios tradicionais de marketing se tornou vital para o sucesso do comércio online.
(D) O comércio realizado em lojas físicas é ainda preferível ao realizado online.
(E) A lei da oferta e da procura não influencia de nenhum modo o comércio via internet.
Resolução
A partir da leitura do texto, podemos compreender que a internet foi uma das maiores influenciadoras nas mudanças de comportamento dos consumidores.
Com isso, as teorias associadas ao marketing, antes consideradas modernas, hoje em dia se tornaram obsoletas com o aumento de consumidores on-line.
Alternativa A

14) (PUC-SP)
(...) Da garrafa estilhaçada, no ladrilho já sereno escorre uma coisa espessa que é leite, sangue... não sei. Por entre objetos confusos, mal redimidos da noite, duas cores se procuram, suavemente se tocam, amorosamente se enlaçam, formando um terceiro tom a que chamamos aurora.
No fragmento anterior, Carlos Drummond de Andrade constrói, poeticamente, a aurora. O que permite visualizar este momento do dia corresponde:
(A) a objetos confusos mal redimido da noite.
(B) à garrafa estilhaçada e ao ladrilho sereno.
(C) à aproximação suave de dois corpos.
(D) ao enlace amoroso de duas cores.
(E) ao fluir espesso do sangue sobre o ladrilho.
Resolução
Com a leitura do trecho acima, compreendemos que a descrição feita pelo escritor é a respeito da aurora, ou seja, o momento do nascer do sol em que observamos uma mistura de cores com a saída da noite e chegada do dia.
Alternativa D

15) (Vunesp - 2014)
A vida dá voltas
Sou um tipo meio fatalista. Acho que a vida dá voltas. Um amigo meu, Luís, casou-se com Cláudia, uma mulher egoísta. Ele era filho único, de mãe separada e sem pensão. Durante algum tempo, a mãe de Luís foi sustentada pelo próprio tio, um solteirão. Quando este faleceu, começaram as brigas domésticas: Cláudia não admitia que Luís desse dinheiro à mãe. Ele era um rapaz de classe média. Por algum tempo, arrumou trabalhos extras para ajudar a idosa.
Convencido pela esposa, ele mudou-se para longe. Visitava a mãe uma vez por ano. Para se livrar da questão financeira, Luís convenceu a mãe a vender o apartamento. Durante alguns anos, ela viveu desse dinheiro. Muitas vezes, lamentava a falta do filho, mas o que fazer? Luís, sempre tão ocupado, viajando pelo mundo todo, não tinha tempo disponível. Na casa da mãe, faltou até o essencial. E ela faleceu sozinha.
O tempo passou. Hoje, Luís, antes um profissional disputado, está desempregado. Foi obrigado a se instalar com a família na casa dos sogros, onde é atormentado diariamente. A filha de Luís e Cláudia cresceu e saiu de casa. Quer seguir seu próprio rumo!
Luís não tem renda, nem bens. Está quase se divorciando. Ficou fora do mercado de trabalho. O que vai acontecer? A filha cuidará dele? Tenho dúvidas, porque ele não a ensinou com seu próprio exemplo.
A vida é um eterno ciclo afetivo. Em uma época todos nós somos filhos. Em outra, tornamo-nos pais: é a nossa vez de cuidar de quem cuidou de nós.
Considerando o último parágrafo do texto, pode-se afirmar que a relação entre pais e filhos deve ser baseada
(A) no medo.
(B) na persistência.
(C) na expectativa.
(D) na esperança.
(E) na troca.
Resolução
Considerando o último parágrafo do texto, o autor deixa claro que a vida é um ciclo, onde um dia nossos pais são os cuidadores e, no outro, somos nós que assumimos esse papel. Assim, temos expressa a ideia de retribuição, de troca.
Alternativa E

16) (FCC-2013)
esta vida é uma viagem
pena eu estar
só de passagem
No poema de apenas três versos, o poeta lamenta-se
(A) da fugacidade da vida.
(B) demonstra preferir a vida espiritual à terrena.
(C) revolta-se contra o seu destino.
(D) sugere que a vida não tem sentido.
(E) abomina a agitação da vida.
Resolução
A partir da leitura do poema, podemos compreender que o autor aborda sobre a efemeridade da vida, ou seja, sua qualidade de ser fugaz e que acaba com rapidez para todos, tal qual uma viagem.
Alternativa A

17)
Quanto à tirinha acima, é correto afirmar:
(A) A linguagem verbal isoladamente não consegue transmitir a mensagem pretendida.
(B) Transmite que faz parte da infância pegar as coisas da mãe para brincar.
(C) A frase do primeiro quadrinho não pertence à sequência.
(D) A principal mensagem da tirinha é a inocência de Mafalda, que responde à mãe que pegou “só” os cremes de beleza, querendo com isso dizer que não pegou outros tipos de cremes para brincar, como de culinária, por exemplo.
(E) A mãe está brava com Mafalda, por isso, a sua fala está com letras maiúsculas.
Resolução
A linguagem não-verbal é essencial para compreendermos o entendimento da pequena Mafalda.
Ao ouvir as notícias no rádio, Mafalda concluiu que o mundo precisava de um tratamento que o tornasse mais bonito. Assim, pegou os cremes da mãe - que para ela, eram usados com um propósito semelhante - e aplicou-os no seu globo.
Sem a imagem da aplicação dos cremes no globo, a interpretação da tirinha estaria comprometida, parecendo simplesmente que Mafalda tinha pegado as coisas da mãe para brincar, como fazem as meninas. Mas, a intenção de Mafalda era muito mais série, levando o leitor a refletir sobre o panorama mundial.
Alternativa A

18)
A tirinha acima é uma crítica:
(A) ao fato de os pais não explicarem as coisas corretamente às crianças.
(B) quanto à cautela dos pais para que as crianças não distorçam na rua o que ouvem em casa.
(C) ao fato de as crianças contarem aos amigos o que os pais falam em casa.
(D) à fala das pessoas, que muitas vezes não tem importância.
(E) ao fato de Mafalda ter criado uma expectativa no amigo que o desiludiu.
Resolução
Mafalda critica o fato de muitos discursos, por mais longos que sejam, serem vazios em termos de conteúdo - ou por serem repetitivos, ou por não acrescentar nada de valor para a vida das pessoas.
Alternativa D

19)
Quanto ao anúncio acima, é correto afirmar:
I. O propósito deste anúncio publicitário é convencer a compra de Doril.
II. O principal recurso utilizado para tentar mostrar a eficácia do produto anunciado é desfocar a palavra “dor” da frase “Tomou doriu a (dor) sumiu.”.
III. O nome Doril contém uma brincadeira com as palavras “dor” e “sumiu”, um dos recursos que promoveu o sucesso do produto.
(A) Apenas I está correta.
(B) Todas as afirmações estão corretas.
(C) I e II estão corretas.
(D) A afirmação III não faz sentido.
(E) Todas estão erradas.
Resolução
Os anúncios publicitários têm como função persuadir as pessoas a adquirir ou consumir algo. Para mostrar o quanto esse produto é eficaz, ele tenta transmitir com humor que a dor desaparece no seu próprio slogan.
O slogan do medicamento é um exemplo de sucesso, porque a brincadeira com as palavras levou à sua memorização fácil. Ao apagarmos “dor”, resta “il”, que rima com a palavra “sumiu”.
Alternativa B

20)
Quanto à tirinha acima, é correto afirmar:
(A) A intenção da tirinha é mostrar como é fácil convencer as crianças.
(B) A tirinha critica as pessoas que mudam de opinião após serem subornadas.
(C) A intenção da tirinha é refletir sobre alimentação saudável.
(D) A tirinha desperta o leitor para o grande desafio dos pais na alimentação dos filhos.
(E) Esta tirinha tem como objetivo ensinar como os pais devem agir diante do mau comportamento dos filhos.
Resolução
Com humor, a intenção é mostrar, numa situação infantil, como algumas pessoas que dizem defender as suas convicções facilmente assumem opiniões opostas quando recebem benefícios próprios.
Alternativa B

21)
Na tirinha acima, Calvin induz o leitor a pensar que iria se esforçar para tirar boas notas se o pai premiasse o seu desempenho, mas a sua intenção era outra. Explique.
Resolução
No segundo quadrinho, Calvin explica ao pai a sua ideia de receber dinheiro mediante as suas notas - quanto maior a nota, maior a recompensa - o que indica que Calvin estaria disposto a se esforçar para receber mais dinheiro. No entanto, no último quadrinho, Calvin revela que a sua intenção era ter algum dinheiro, não importando quanto, pois com as suas notas, ele receberia o valor mínimo da proposta feita ao pai.

22) Leia o texto de Millôr Fernandes e responda às questões abaixo:
A morte da tartaruga
O menininho foi ao quintal e voltou chorando: a tartaruga tinha morrido. A mãe foi ao quintal com ele, mexeu na tartaruga com um pau (tinha nojo daquele bicho) e constatou que a tartaruga tinha morrido mesmo. Diante da confirmação da mãe, o garoto pôs-se a chorar ainda com mais força. A mãe a princípio ficou penalizada, mas logo começou a ficar aborrecida com o choro do menino. “Cuidado, senão você acorda seu pai”. Mas o menino não se conformava. Pegou a tartaruga no colo e pôs-se a acariciar-lhe o casco duro. A mãe disse que comprava outra, mas ele respondeu que não queria, queria aquela, viva! A mãe lhe prometeu um carrinho, um velocípede, lhe prometeu uma surra, mas o pobre menino parecia estar mesmo profundamente abalado com a morte do seu animalzinho de estimação.
Afinal, com tanto choro, o pai acordou lá dentro, e veio, estremunhado , ver de que se tratava. O menino mostrou-lhe a tartaruga morta. A mãe disse: – “Está aí assim há meia hora, chorando que nem maluco. Não sei mais o que faço. Já lhe prometi tudo mas ele continua berrando desse jeito”. O pai examinou a situação e propôs:
– “Olha, Henriquinho. Se a tartaruga está morta não adianta mesmo você chorar. Deixa ela aí e vem cá com o pai”. O garoto depôs cuidadosamente a tartaruga junto do tanque e seguiu o pai, pela mão. O pai sentou-se na poltrona, botou o garoto no colo e disse: – “Eu sei que você sente muito a morte da tartaruguinha. Eu também gostava muito dela. Mas nós vamos fazer pra ela um grande funeral”. (Empregou de propósito a palavra difícil). O menininho parou imediatamente de chorar. “Que é funeral?” O pai lhe explicou que era um enterro. “Olha, nós vamos à rua, compramos uma caixa bem bonita, bastante balas, bombons, doces e voltamos para casa. Depois botamos a tartaruga na caixa em cima da mesa da cozinha e rodeamos de velinhas de aniversário. Aí convidamos os meninos da vizinhança, acendemos velinhas, cantamos o Happy-Birth-Day-To-You pra tartaruguinha morta e você assopra as velas.
Depois pegamos a caixa, abrimos um buraco no fundo do quintal, enterramos a tartaruguinha e botamos uma pedra em cima com o nome dela e o dia que ela morreu. Isso é que é um funeral! Vamos fazer isso? O garotinho estava com outra cara. “Vamos, papai, vamos! A tartaruguinha vai ficar contente lá no céu, não vai? Olha, eu vou apanhar ela”. Saiu correndo. Enquanto o pai se vestia, ouviu um grito no quintal. “Papai, papai, vem cá, ela está viva!” O pai correu pro quintal e constatou que era verdade. A tartaruga estava andando de novo, normalmente. “Que bom, hein?” – disse – “Ela está viva! Não vamos ter que fazer o funeral!” “Vamos sim, papai” – disse o menino ansioso, pegando uma pedra bem grande – “Eu mato ela”.
Moral: O importante não é a morte, é o que ela nos tira.
1) Quais foram os artifícios utilizados pela mãe e pelo pai para que o menino parasse de chorar?
Resolução
A mãe ofereceu coisas que ele conhecia, tais como uma tartaruga nova, um carrinho, entre outros.
O pai sugeriu que fizessem algo que o menino não sabia o que era, um funeral.
2) A mãe ofereceu uma surra ao menino, mas antes tinha oferecido um carrinho ou um velocípede. Por que?
Resolução
Primeiro a mãe sentiu pena e quis acalmar o filho, mas o seu choro contínuo e as tentativas falhadas fizeram ela perder a paciência.
Assim, acreditando que somente com a ameaça de uma surra o menino se calasse, recorreu a ela.