INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - PRPOV BRASIL - 9º ANO

Professor Diminoi
Interpretação de Texto
Ensino Fundamental -9º Ano - Prova Brasil - 2009

Leia o texto abaixo para responder as questões 3 e 4:
Como um filho querido
Tendo agradado ao marido nas primeiras semanas de casados, nunca quis ela se separar da receita daquele bolo. Assim, durante 40 anos, a sobremesa louvada compôs sobre a mesa o almoço de domingo, e celebrou toda data em que o júbilo se fizesse necessário.
Por fim, achando ser chegada a hora, convocou ela o marido para o conciliábulo apartado no quarto. E tendo decidido ambos, comovidos, pelo ato solene, foi a esposa mais uma vez à cozinha assar a massa açucarada, confeitar a superfície.
Pronto o bolo, saíram juntos para levá-lo ao tabelião, a fim de que se lavrasse ato de adoção, tornando-se ele legalmente incorporado à família, com direito ao prestigioso sobrenome Silva, e nome Hermógenes, que havia sido do avô.
03) No conto “Como um filho querido” a esposa e o esposo foram ao tabelião com intuito de:
(A) Regularizar a situação de um parente registrando seu nome.
(B) Registrar o nome do filho querido que há 40 anos fazia parte da família, mas não tinha registro.
(C) Lavrar o ato de adoção do bolo no tabelionato, e assim, incorporá-lo à família como um filho querido com direito ao sobrenome da família Silva.
(D) Lavrar o ato de adoção do filho querido para que o mesmo recebesse o nome do seu avô paterno, Hermógenes.

04) A expressão no 2º parágrafo “Convocou ela o marido para o conciliábulo apartado no quarto” significa:
(A) A mulher chamou o marido para uma conversa séria no quarto a fim de convencê-lo de que era preciso dar um nome ao bolo e registrá-lo no tabelionato.
(B) A mulher convidou o marido para uma breve reunião no quarto do casal na qual decidiriam pelo registro do nome do bolo no tabelionato.
(C) A esposa determinou ao marido que fosse ao quarto a fim de convencê-lo de dar um nome e registro ao bolo no cartório por meio de uma comemoração íntima.
(D) A esposa pediu para o marido que a acompanhasse até o quarto onde decidiriam registrar o nome do bolo no cartório de registros por meio de uma assembléia geral.

Leia o texto abaixo:
Por que os japoneses vieram ao Brasil?
E por quê, agora, seus descendentes estão indo para o Japão?
No início do século 20, as lavouras de café brasileiras precisavam de mão-de-obra.
A saída do governo brasileiro foi atrair imigrantes. O momento não podia ser melhor para os japoneses – lá, o desemprego bombava por causa da mecanização da lavoura.
Outro motivo que facilitou a vinda deles foi um tratado de amizade que Brasil e Japão tinham acabado de assinar.
Aí, a situação se inverteu: o Japão se transformou em uma potência e, lá pela década de 80, ficou difícil bancar a vida no Brasil por causa da inflação e do desemprego.
Os netos e bisnetos dos imigrantes japoneses enxergaram, então, uma grande chance de se dar bem e foram em massa para o Japão. Até 2006, a comunidade brasileira no país já havia alcançado 313 pessoas.

05) Na frase: “... o desemprego bombava por causa da mecanização da lavoura”, a
expressão destacada pode ser substituída por:
(A) Aumentava.
(B) Apontava.
(C) Atraía.
(D) Bancava.

Leia o trecho da reportagem abaixo:
Jornal do Rio está fazendo 50 anos
Ousado e investigativo o “Correio do Povo” sempre mostrou numa linguagem muito clara, tanto com os assuntos da cidade, do país e do mundo, como também dos municípios do bairro de cada cidadão e leitor.

06)
No trecho “Ousado e investigativo o Correio do Povo sempre mostrou numa linguagem muito clara...” as palavras destacadas qualificam:

(A) A cidade do Rio de Janeiro.
(B) O leitor.
(C) O jornal.
(D) Os jornalistas.

Leia o texto abaixo:
Debussy
Para cá, para lá...
Para cá, para lá...
Um novelozinho de linha...
Para cá, para lá...
Para cá, para lá...
Oscila no ar pela mão de uma criança
(Vem e vai...)
Que delicadamente e quase a adormecer o balanço
Psio...-
Para cá, para lá...
Para cá e ...
- O novelozinho caiu.
Manuel Bandeira

07) O autor repete várias vezes “Para cá, para lá...”. Esse recurso foi utilizado para:
(A) Acompanhar o movimento do novelo e criar o ritmo do balanço.
(B) Reproduzir exatameante os sons repetitivos do novelo.
(C) Provocar a sensação de agitação da criança.
(D) Sugerir que a rima é o único recurso utilizado na poesia.

Leia o texto abaixo:
O leão, o burro e o rato
Um leão, um burro e um rato voltavam, afinal, da caçada que haviam empreendido juntos e colocaram numa clareira tudo que tinham caçado: dois veados, algumas perdizes, três tatus, uma paca e muita caça menor. O leão sentou-se num tronco e, com voz
tonitruante que procurava inutilmente suavizar, berrou:
- Bem, agora que terminamos um magnífico dia de trabalho, descansemos aqui, camaradas, para a justa artilha do nosso esforço conjunto. Compadre burro, por favor, você, que é o mais sábio de nós três, com licença do compadre rato, você, compadre burro, vai fazer a partilha desta caça em três partes absolutamente iguais. Vamos, compadre rato, até o rio, beber um pouco de água, deixando nosso grande amigo burro em paz para deliberar.
Os dois se afastaram, foram até o rio, beberam água e ficaram um tempo. Voltaram e verificaram que o burro tinha feito um trabalho extremamente meticuloso, dividindo a caça em três partes absolutamente iguais. Assim que viu os dois voltando, o burro perguntou ao leão:
- Pronto, compadre leão, aí está: que acha da partilha?
O leão não disse uma palavra. Deu uma violenta patada na nuca do burro, prostando-o no chão, morto.
Sorrindo, o leão voltou-se para o rato e disse:
- Compadre rato, lamento muito, mas tenho a impressão de que concorda em que não podíamos suportar a presença de tamanha inaptidão e burrice. Desculpe eu ter perdido a paciência, mas não havia outra coisa a fazer. Há muito que eu não suportava mais o compadre burro. Me faça um favor agora - divida você o bolo da caça, incluindo, por favor, o corpo do compadre burro. Vou até o rio, novamente, deixando-lhe calma para uma deliberação sensata.
Mal o leão se afastou, o rato não teve a menor dúvida. Dividiu o monte de caça em dois: de um lado, toda a caça, inclusive o corpo do burro. Do outro apenas um ratinho cinza morto por acaso. O leão ainda não tinha chegado ao rio, quando o rato chamou:
- Compadre leão, está pronta a partilha!
O leão, vendo a caça dividida de maneira tão justa, não pôde deixar de cumprimentar o rato:
- Maravilhoso, meu caro compadre, maravilhoso! Como você chegou tão depressa
a uma partilha tão certa?
E o rato respondeu:
- Muito simples. Estabeleci uma relação matemática entre seu tamanho e o meu – é claro que você precisa comer muito mais. Tracei uma comparação entre a sua força e a minha - é claro que você precisa de muito maior volume de alimentação do que eu.
Comparei, ponderadamente, sua posição na floresta com a minha - e, evidentemente, a partilha só podia ser esta. Além do que, sou um intelectual, sou todo espírito!
- Inacreditável, inacreditável! Que compreensão! Que argúcia! - exclamou o leão, realmente admirado. - Olha, juro que nunca tinha notado, em você, essa cultura. Como você escondeu isso o tempo todo, e quem lhe ensinou tanta sabedoria?
- Na verdade, leão, eu nunca soube nada. Se me perdoa um elogio fúnebre, se não se ofende, acabei de aprender tudo agora mesmo, com o burro morto.
Millôr Fernandes

08)
A narrativa procura passar a idéia de que:

(A) A justiça é cega.
(B) Os fortes não são sábios.
(C) A sabedoria é própria das criaturas menores.
(D) Só um burro tenta ficar com a parte do leão.

Leia a poesia de Drummond e responda a questão:
Elegia
Ganhei (perdi) meu dia.
E baixa a coisa fria
Também chamada noite, e o frio ao frio
em bruma se entrelaça, num suspiro.
21Caderno de Atividades
E me pergunto e me respiro
na fuga deste dia que era mil
para mim que esperava
os grandes sóis violentos, me sentia
tão rico deste dia
e lá se foi secreto, ao serro frio (...)
Carlos Drummond de Andrade

09)
Dos versos, podemos entender que:

(A) O poeta sente medo e tristeza dentro da noite negra e fria. Ele ama o dia e sua luz.
(B) O poeta exprime um suave sentimento de tranqüilidade, ao cair de uma noite
de inverno: ele merecera e ganhara mais um dia, aproveitando o descanso da noite para meditar.
(C) O poeta sente-se triste ao fim de mais um dia de um longo inverno, e lembrase com saudade dos dias quentes e alegres do verão.
(D) O poeta, sentindo próximo o fim da vida, faz um retrospecto melancólico, confrontando o muito que espera e o nada que tem nas mãos.
 
Leia o texto a seguir e responda as questões 11, 12 e 13:
Sou contra a redução da maioridade penal
A brutalidade cometida contra os dois jovens em São Paulo reacendeu a fogueira da redução da idade penal. A violência seria resultado das penas que temos previstas em lei ou do sistema de aplicação das leis? É necessário também pensar nos porquês da violência já que não há um único crime.
De qualquer forma, um sistema sócio-econômico historicamente desigual e violento só pode gerar mais violência. Então, medidas mais repressivas nos dão a falsa sensação de que algo está sendo feito, mas o problema só piora. Por isso, temos que fazer as opções mais eficientes e mais condizentes com os valores que defendemos. Defendo uma sociedade que cometa menos crimes e não que puna mais. Em nenhum lugar do
22Língua Portuguesa – Anos Finais do Ensino Fundamental - Prova Brasil – 2009 mundo houve experiência positiva de adolescentes e adultos juntos no mesmo sistema penal. Fazer isso não diminuirá a violência e formará mais quadros para o crime. Além disso, nosso sistema penal como está não melhora as pessoas, ao contrário, aumenta sua violência.
O Brasil tem 400 mil trabalhadores na segurança pública e 1,5 milhão na segurança privada para uma população que supera 171 milhões de pessoas. O problema não está só na lei, mas na capacidade para aplicá-la. Sou contra a redução da idade penal porque tenho certeza que ficaremos mais inseguros e mais violentos. Sou contra porque sei que a possibilidade de sobrevivência e transformação destes adolescentes está na correta aplicação do ECA. Lá estão previstas seis medidas diferentes para a responsabilização de adolescentes que violaram a lei. Agora não podemos esperar que adolescentes sejam capturados pelo crime para, então, querer fazer mau uso da lei. Para fazer o bom uso do ECA é necessário dinheiro, competência e vontade.
Sou contra toda e qualquer forma de impunidade. Quem fere a lei deve ser responsabilizado. Mas reduzir a idade penal, além de ineficiente para atacar o problema, desqualifica a discussão. Isso é muito comum quando acontecem crimes que chocam a opinião pública, o que não respeita a dor das vítimas e não reflete o tema seriamente.
Problemas complexos não serão superados por abordagens simplórias e imediatistas. Precisamos de inteligência, orçamento e, sobretudo, um projeto ético e político de sociedade que valorize a vida em todas as suas formas. Nossos jovens não precisam ir para a cadeia. Precisam sair do caminho que os leva lá. A decisão agora é nossa: se queremos construir um país com mais prisões ou com mais parques e escolas.
- Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente.

10) Identifique o tema central trabalhado no texto:
(A) Desigualdade Social.
(B) Maioridade Penal.
(C) Preconceito.
(D) Violência

11) Com base na leitura do texto, assinale a alternativa que expressa a opinião do
autor e não um fato narrado:
(A) O Brasil tem 400 mil trabalhadores na segurança pública e 1,5 milhão na segurança privada para uma população que supera 171 milhões de pessoas.
(B) No [ECA] estão previstas seis medidas diferentes para a responsabilização
de adolescentes que violaram a lei.
(C) Precisamos de inteligência, orçamento e, sobretudo, um projeto ético e político de sociedade que valorize a vida em todas as suas formas.
(D) A brutalidade cometida contra dois jovens em São Paulo reacendeu a fogueira da redução da idade penal.

12) A que gênero pertence o texto lido:
(A) Uma entrevista.
(B) Um artigo de opinião.
(C) Um texto de divulgação científica.
(D) Um depoimento pessoal.

Leia a reportagem abaixo:
Quais alimentos foram trazidos ao Brasil pelos japoneses?
Pensou em um festival de sushis e sashimis? Pense maior. No total, os japoneses trouxeram mais de 50 tipos de alimentos ao Brasil. Os primeiros provavelmente foram as variedades de caqui doce e a tangerina poncã, que chegaram nos anos 20. Mas foi a partir da década de 1930 que a maioria dos novos gêneros aportou por aqui.
O cenário era favorável aos agricultores japoneses: comprando ou arrendando lotes de terras das fazendas cafeeiras falidas após a crise da Bolsa de Nova York, os pequenos proprietários dedicaram-se a uma variedade de culturas que não eram populares no Brasil. Muitos imigrantes traziam mudas junto com suas bagagens nos navios.
Foi o caso do morango e até mesmo de um tipo de fruta insuspeita: a uva-itália, que apesar de ser italiana, como o nome entrega, pintou no Brasil por mãos japonesas, na década de 1940. A coisa era mais fácil quando vinha por meios oficiais, via acordos de cooperação entre os dois países. De tempos em tempos, o governo nipônico liberava sementes para cultivo no Brasil, como as da maçã Fuji, em 1971. Junto com as comidas “inéditas”, os japoneses trouxeram técnicas para ampliar a escala de produção de gêneros alimentícios já presentes no país, mas ainda restritos ao esquema de fundo de quintal, como o alface, o tomate, o chá preto, a batata e o emblemático exemplo da produção de frangos e ovos.
A avicultura brasileira apenas ensaiava um vôo de galinha até a década de 1930.
A atividade só decolou de vez com a importação de aves-matrizes do Japão e com a experiência dos imigrantes japoneses nas granjas.

14) A idéia central do texto é:
(A) A identificação dos alimentos japoneses trazidos por eles para o Brasil.
(B) O uso e a mistura de alimentos japoneses na culinária brasileira.
(C) A contribuição da cultura alimentícia dos japoneses nos pratos típicos brasileiros.
(D) O aprimoramento das técnicas japonesas de produção de gêneros alimentícios pelos brasileiros.

Leia o texto abaixo:
Cerca de 315 milhões de africanos vivem com menos de um dólar por dia – 84 milhões deles estão desnutridos. Um terço da população não sabe o que é água encanada e mais da metade não tem acesso a hospitais. Sem garantias básicas, o continente vira ninho de conflitos de terra, ditaduras e terroristas que podem agir na Europa ou nos EUA. (...) Com tantos problemas, nada melhor que receber ajuda do resto do mundo, certo? Pois é no meio dessa empolgação para fazer a pobreza virar história que o economista queniano James Shikwati grita para o mundo: “Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África”.

15) A parte do texto que mostra opinião é:
(A) 315 milhões de africanos vivem com menos de um dólar.
(B) Um terço da população não sabe o que é água encanada.
(C) 84 milhões deles estão desnutridos.
(D) Pelo amor de Deus, parem de ajudar a África.

Observe a receita abaixo:
Pavê de morango
Ingredientes:
4 potes de queijo cremoso sabor morango
1/2 xícara (chá) de leite
1/2 colher (sopa) de açúcar
1 pacote de biscoitos de maisena
1 caixa de morangos lavados e picados (400 g)
Modo de fazer
Retire o queijo cremoso dos potinhos e coloque em uma tigela. Guarde à parte. Em um prato fundo, misture o leite e o açúcar. Molhe rapidamente os biscoitos de maisena nessa mistura. Forre o fundo de uma travessa pequena com uma camada de biscoitos.
Depois coloque uma camada de queijo cremoso sabor morango e espalhe parte dos morangos. Repita essa operação mais duas vezes, finalizando com os morangos.
Leve à geladeira e sirva gelado.
Rendimento: receita para 6 pessoas

18)
O texto tem por finalidade:

(A) Enumerar.
(B) Relatar.
(C) Discutir.
(D) Instruir.

Leia os textos abaixo, que se referem às questões 19 e 20:
Texto 1
Brasil de Todos os Santos
Brasil, meu Brasil de todos os Santos
Descobrir a sua cara de espanto
Descobrir o seu encanto em um segundo
Um país que sonha ser o Novo Mundo
Matas, praias, céu, diamante e chapadas
Transamazônicas estradas te percorrem
Feito rios de águas e florestas
Transformando sua paisagem numa festa
Nas suas avenidas todas coloridas
Desfilam homens e mulheres
(...)
Laura Campanér e Luisa Gimene

Texto 2
Desmatamento
Desde a ocupação portuguesa, o Brasil enfrenta queima de vegetação original e desmatamento com o intuito de aumentar as áreas de cultivo e pastagens, bem como facilitar a ocupação humana e, conseqüentemente, a especulação imobiliária.
31Caderno de Atividades
Estes procedimentos, ao longo dos anos, levaram à extinção de várias espécies vegetais e animais, à erosão e à poluição do meio ambiente em geral.

19) Na comparação dos textos I e II, pode-se afirmar que:
(A) Os dois textos tratam do mesmo assunto – meio ambiente.
(B) As nossas riquezas estão sendo bem tratadas ao longo dos anos.
(C) O Brasil é rico pela sua natureza, pelo seu povo.
(D) A vida do homem é mais importante que a natureza.

20) Com relação aos textos Brasil de Todos os Santos e Desmatamento, é correta a alternativa:
(A) Ambos enaltecem a paisagem natural do território brasileiro.
(B) Os dois textos abordam o meio ambiente sob pontos de vista opostos.
(C) Ambos apontam para a transformação causada pela poluição.
(D) Os dois textos responsabilizam a ocupação portuguesa pelo desmatamento.

Leia os textos abaixo:
Texto 1
Redução da violência contra adolescentes
A violência contra adolescentes nas comunidades e nas ruas é um fenômeno tipicamente urbano e fortemente determinado pelas desigualdades sociais e econômicas nesses espaços. Caracterizada, em sua maioria, pelos assassinatos por armas de fogo, acidentes de trânsito e exploração sexual, a violência em espaços urbanos tem aumentado no Brasil e no mundo.
As maiores vítimas da violência urbana são os adolescentes moradores de comunidades populares e de periferias que, muitas vezes, encontram-se vulneráveis diante das ações de grupos criminosos e da repressão das forças de segurança. Em situações de ausência de políticas públicas eficientes e transformadoras, de opções de educação, de oportunidades de emprego, abre-se uma porta para a ação de aliciadores que recrutam crianças e adolescentes para o tráfico de drogas e armas. Em 2005, 8 mil pessoas entre 10 e 19 anos foram vítimas de homicídios. Destes, 65% eram afro-descendentes.

Texto 2
O artigo 5º do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA, Lei Federal 8.069/90) que dispõe: “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais”.

21) Com relação aos textos 1 e 2, é correto afirmar que:
(A) Nenhum dos textos trata do adolescente na sociedade.
(B) O texto 1 expressa direitos presentes no texto 2.
(C) Os direitos presentes no texto 2, não estão garantidos no texto 1.
(D) O direito expresso no texto 2 está garantido no texto 1.

Leia a música abaixo:
“Ainda que eu falasse a língua dos homens.
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.
É só o amor, é só o amor.
Que conhece o que é verdade.
O amor é bom, não quer o mal.
Não sente inveja ou se envaidece.

23) A expressão “se envaidece”, destacada no fragmento acima, refere-se:
(A) Aos homens.
(B) Aos anjos.
(C) Ao amor.
(D) Ao mal.

Leia o texto abaixo:
Por que a ida é sempre mais demorada que a volta?
Essa sensação acontece com todo mundo que viaja – desde que tenham sido feitos trajetos idênticos, na mesma velocidade, em sentidos opostos. Isso porque o nosso cronômetro interno não funciona com perfeita regularidade e muitas vezes engana a noção de tempo. As estruturas neurais que controlam a percepção temporal estão localizadas na mesma área do cérebro que comanda a nossa concentração.
Isso significa que, se a maior parte dessa área estiver voltada a prestar atenção no caminho, nas placas e na paisagem, não conseguimos nos concentrar no controle de tempo. E aí não saberemos quanto tempo, de fato, a viagem levou. Na ida, a descoberta de novos lugares influi na percepção de distância, e achamos que estamos demorando mais. Nossa preocupação é: “Quando vamos chegar?” Na volta, com o caminho já conhecido, a concentração se dispersa e a percepção de tempo é alterada para menos, dando a impressão que o trajeto passou mais depressa.
Rafael Tonon

24) O texto acima permite concluir que a sensação de que a ida é sempre mais demorada que a volta, se deve:
(A) À distância existente entre o ponto de saída e o ponto de chegada.
(B) Ao tempo gasto no trajeto.
(C) À concentração que não se situa na mesma área cerebral da percepção de tempo.
(D) Ao funcionamento irregular do “cronômetro interno” dos seres humanos.

Leia o texto abaixo:
Cinzas na Amazônia
Agosto marca o início tradicional das queimadas na Amazônia Legal. Mas os primeiros dias deste mês foram preocupantes. O número de focos de fogo na região é 40% maior que em 2006. “Acendemos o sinal amarelo”, diz o pesquisador Alberto Setzer, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). É cedo para soar o alarme, mas o temor é que, se a estiagem que atinge a região continuar, os próximos meses sejam enfumaçados. Há outros dois motivos de inquietação. Os focos atuais se concentram no norte de Mato Grosso, sul do Pará e leste do Tocantins, todos com forte atividade agrícola. E todas as reservas florestais nacionais registraram casos de incêndio.

25) De acordo com o texto anterior, pode-se inferir que:
(A) As queimadas na Amazônia Legal ocorrem com maior freqüência antes do mês de agosto.
(B) Se a frase na linha 3 “acendemos o sinal amarelo” for alterada para “ o sinal amarelo será acendido”, não haverá mudança no sentido do texto.
(C) O clima seco auxilia na propagação dos focos de incêndio.
(D) Os focos de incêndio podem apresentar riscos às florestas brasileiras.

Leia o texto abaixo:
Puro preconceito
“É razoável que as pessoas tenham medo de assaltos. Eles se tornaram rotina nos centros urbanos e, por vezes, têm conseqüências fatais. Faz todo sentido, portanto, acautelar-se, evitar algumas regiões em certos horários e, até, evitar pessoas que pareçam suspeitas.
E quem inspira desconfiança é, no imaginário geral, mulato ou negro. Se falar com sotaque nordestino, torna-se duplamente suspeito. Pesquisa feita em São Paulo, contudo, mostra que essas idéias não têm base na realidade. Não passam de preconceito na acepção literal do termo. Dados obtidos de 2901 processos de crimes contra o patrimônio (roubo e furto) entre 1991 e 1999 revelam que o ladrão típico de São Paulo é branco (57% dos crimes) e paulista (62%).
Os negros, de acordo com a pesquisa, respondem por apenas 12% das ocorrências. Baianos e pernambucanos, juntos, por 14%.
O estudo é estatisticamente significativo. Os 2901 processos correspondem a 5% do total do período. É claro que algum racista empedernido poderia levantar objeções metodológicas contra o estudo. Mas, por mais frágil que fosse a pesquisa, ela já serviria para mostrar que o vínculo entre mulatos, negros, nordestinos e assaltantes não passa de uma manisfestação de racismo, do qual, aliás, o brasileiro gosta de declarar-se isento. (...)

27) O texto defende a idéia de que é falsa a relação suposta pelas pessoas entre a cor da pele, a origem e o grau de periculosidade de um indivíduo. Para defender
esse ponto de vista são apresentados:
(A) Opiniões de policiais.
(B) O parecer do jornal.
(C) Dados estatísticos.
(D) Depoimento das vítimas.

Leia o texto abaixo:
“Há uma geração sem palavras”
A malhação física encanta a juventude com seus resultados estéticos e exteriores.
O que pode ser bom. Mas seria ainda melhor se eles se preocupassem um pouco mais com os “músculos cerebrais”, porque, como diz o poeta e tradutor José Paulo Paes, “produzem satisfações infinitamente superiores”.

28) No fragmento apresentado, o autor defende a tese de que:
(A) A malhação física traz ótimos benefícios aos jovens.
(B) Os jovens devem se preocupar mais com o desenvolvimento intelectual.
(C) O poeta José Paulo Paes pertence a uma geração sem palavras.
(D) Malhar é uma atividade superior às atividades cerebrais.

Analise este trecho de um artigo:
Não nascemos sabendo
Nós, humanos e humanas, somos portadores de um “defeito” natural que acaba por se tornar nossa maior vantagem: não nascemos sabendo!
Por isso, do nascimento ao final da existência individual, aprendemos (e ensinamos) sem parar; o que caracteriza um ser humano é a capacidade de inventar, criar, inovar e isso é resultado do fato de não nascermos já prontos e acabados. Aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.
Aqueles entre nós que imaginarem que nada mais precisam aprender ou, pior ainda, não têm mais idade para aprender, estão-se enclausurando dentro de um limite que desumaniza e, ao mesmo tempo, torna frágil a principal habilidade humana: a audácia de escapar daquilo que parece não ter saída.
A educação é vigorosa quando dá sentido grupal às ações individuais, isto é, quando se coloca a serviço das finalidades e intenções de um grupo ou uma sociedade; uma educação que sirva apenas ao âmbito individual perde impulso na estruturação da vida coletiva, pois, afinal de contas, ser humano é ser junto, e aquilo que aprendemos e ensinamos tem de ter como meta principal tornar a comunidade na qual vivemos mais apta e fortalecida. [...]
Quem não estiver aberto a mudanças e comprometido com questões de novos aprendizados estará fadado ao insucesso profissional e pessoal. Vale sempre lembrar a frase do fictício detetive chinês Charlie Chan: “Mente humana é como pára-quedas; funciona melhor aberta” [...].
Mario Sergio Cortella

29) A idéia central do texto é:
(A) Que a característica do ser humano é a capacidade de inventar.
(B) Que o ser humano não nasce sabendo e que pode sempre aprender.
(C) Que o ser humano tem habilidade de aprender.
(D) Que o ser humano tem capacidade de repassar seu aprendizado à comunidade

Leia o texto abaixo:
Recebi uma correspondência muito interessante de uma leitora que é mãe de uma menina de cinco anos. Ela conta que saiu com o marido para uma compra aparentemente simples: uma sandália para a filha usar no verão. O que parecia fácil, porém tornou-se motivo de receio, indignação e reflexão. (...) Existem sandálias com salto plataforma, com salto anabela, com saltinho e com saltão. Mas sandálias para a menina correr, pular e virar cambalhota, saltar, nada! Ou seja, é difícil encontrar sandália para
criança, porque agora a menina tem que se vestir como mulher.

30) Após ler o texto responda: Os termos em negrito indicam:
(A) Oposição, finalidade, explicação, conclusão.
(B) Oposição, conclusão, explicação, finalidade.
(C) Explicação, causa, oposição, consequência.
(D) Consequência, causa, finalidade, oposição.

Leia o texto abaixo:
“No Antigo Egito, o gato foi honrado e enaltecido, sendo considerado como um animal santo. Nesta mesma época, a gata transformou-se na representação da Deusa Bastet, fêmea do deus Sol Rá. [...] Na Europa, o gato se desenvolveu com as conquistas romanas. Ele foi admirado pela sua beleza e dupla personalidade (ora um selvagem independente, ora um animal doce e afável), e apreciado ainda no século XI quando o rato negro invadiu a Europa. No século XIII desenvolveram-se as superstições e o gato passou de criatura adorada a infernal, associada aos cultos pagãos e à feitiçaria. A igreja lhe virou as costas. [...] No século XVIII ele voltou majestoso e em perfeito acordo com os poetas, pintores e escritores que prestam homenagem à graça e à beleza de seu corpo.”

31)
A informação principal que se destaca no texto é:

(A) A trajetória do gato ao longo da história.
(B) Justificar a importância dos gatos e dos ratos.
(C) Descrever a história dos ratos ao longo dos tempos.
(D) Citar superstições acerca dos gatos.

Leia o texto abaixo:
O Dia Seguinte
“Se há alguma coisa importante neste mundo, dizia o marido, é uma empregada de confiança. A mulher concordava, satisfeita: realmente, a empregada deles era de confiança absoluta. Até as compras fazia, tudo direitinho. Tão de confiança que eles não hesitavam em deixar-lhe a casa, quando viajavam.
Uma vez resolveram passar o fim de semana na praia. Como de costume a empregada ficaria. Nunca saía nos fins de semana, a moça. Empregada perfeita. Foram. Quando já estavam quase chegando à orla marítima, ele se deu conta: tinham esquecido a chave da casa da praia. Não havia outro remédio. Tinham de voltar. Voltaram.
Quando abriram a porta do apartamento, quase desmaiaram: o living estava cheio de gente, todo mundo dançando, no meio de uma algazarra infernal. Quando ele conseguiu se recuperar da estupefação, procurou a empregada:
- Mas o que é isto, Elcina? Enlouqueceu?
Aí um simpático mulato interveio: que é isto, meu patrão, a moça não enlouqueceu, coisa alguma, estamos apenas nos divertindo, o senhor não quer dançar também? Isto mesmo, gritava o pessoal, dancem com a gente.
O marido e a mulher hesitaram um pouco; depois - por que não, afinal a gente tem de experimentar de tudo na vida, aderiram à festa. Dançaram, beberam, riram. Ao final da noite concordavam com o mulato: nunca tinham se divertido tanto.
No dia seguinte, despediram a empregada.”

32) O fato no texto que dá início ao conflito é:
(A) Todos se divertiram muito na festa.
(B) A empregada era de confiança do casal.
(C) O casal esqueceu a chave da casa de praia.
(D) O casal resolve passar o fim de semana na praia

Leia o trecho do romance Vidas Secas de Graciliano Ramos e responda:
“Iam-se amodorrando e foram despertados por Baleia, que trazia nos dentes um preá. Levantaram-se todos gritando. O menino mais velho esfregou as pálpebras, afastando pedaços de sonho. Sinhá Vitória beijava o focinho de Baleia, e como o focinho estava ensangüentado, lambia o sangue e tirava proveito do beijo”.

33) Neste fragmento do texto:
(A) O narrador é Sinhá Vitória.
(B) O narrador é o menino mais velho.
(C) O narrador é o cachorro Baleia.
(D) O narrador não é um personagem da história.

Leia o texto abaixo:
O surdo aprende diferente
O surdo não adquire de forma natural a língua falada, e a sua aquisição jamais ocorre da mesma forma como acontece com a criança ouvinte. Esse processo exige um trabalho formal e sistemático. Os surdos, por serem incapazes de ouvir seus pais, correm o risco de ficar seriamente atrasados na compreensão da língua, a menos que providências sejam tomadas. E ser deficiente de linguagem, para um ser humano, é uma grande lacuna. Segundo Sacks, chega a ser uma calamidade, porque é por meio da língua que nos comunicamos livremente com nossos semelhantes, adquirimos e compartilhamos informações. Se não pudermos fazer isso, ficamos incapacitados e isolados.
Pesquisas realizadas em várias cidades do Brasil chegaram à triste conclusão de que o oralismo, ainda utilizado em muitas escolas, não apresenta resultados satisfatórios para o desenvolvimento da linguagem do surdo. Além disso, o oralismo só é capaz de perceber 20% da mensagem, através da leitura labial.
O bilinguismo busca respeitar o surdo na questão do processo de aquisição da sua língua natural, tendo como pressuposto básico que o surdo deve adquirir como língua materna e primeira língua (L1) a língua de sinais e, como segunda língua (L2), a língua oficial de seu país; no nosso caso a Língua Portuguesa.

34) Segundo o texto apresentado, o surdo não adquire a linguagem da mesma forma que o ouvinte. O processo exige um trabalho formal e sistematizado. Qual a consequência quando não há este trabalho?
(A) O surdo corre o risco de ficar seriamente atrasado na compreensão da língua.
(B) O surdo não poderá fazer a leitura labial.
(C) O surdo terá grandes problemas com o bilinguismo e com o oralismo.
(D) O surdo será incapaz de compreender as mensagens através da leitura labial.

Leia o texto abaixo:
O socorro
Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão - coveiro - era cavar. Mas, de repente, na distração do ofício que amava, percebeu que cavara demais. Tentou sair da cova e não conseguiu sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio. Enlouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado.
A noite chegou, subiu, fez-se o silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, não se ouvia um som humano, embora o cemitério estivesse cheio de pipilos e coaxares naturais dos matos. Só um pouco depois da meia-noite é que lá vieram uns passos. Deitado no fundo da cova o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria lá em cima, perguntou o que havia: O que é que há?
O coveiro então gritou desesperado: “Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrível!” “Mas coitado!” - condoeu-se o bêbado. “Tem toda razão de estar com frio. Alguém tirou a terra de você, meu pobre mortinho!” E, pegando a pá, encheu-a de terra e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente.
Moral:
Nos momentos graves é preciso verificar muito bem para quem se apela.

35) O motivo pelo qual o coveiro não conseguiu sair do buraco foi que:
(A) Distraiu-se tanto com seu trabalho que cavou demais.
(B) Anoiteceu rapidamente e ele sentiu medo de sair dali.
(C) Estava com muito frio e precisava de um lugar para dormir.
(D) Por mais que gritasse, ninguém atendeu seu pedido.

Leia o texto abaixo:
O consumo de álcool cresce entre os jovens brasileiros. Muitos não se preocupam com a dependência nem encaram a bebida como droga. Mas, segundo a Organização Mundial de Saúde, o álcool é a droga mais consumida no mundo, com doze
bilhões de usuários.”
36) A função desempenhada pela palavra destacada no texto é:
(A) Comparação entre ideias
(B) Adição de ideias.
(C) Consequência dos fatos.
(D) Finalidade dos fatos

Leia o texto abaixo:
Os bichinhos e a depressão
Alguns podem achar que a depressão é uma doença típica de seres humanos, e que os bichinhos de estimação não apresentam “estas frescuras”. Mas tome cuidado, se o seu animalzinho estiver meio triste ou abatido. Podem ser os primeiros sintomas da doença. “Ela pode chegar após mudanças na rotina familiar. Como a chegada de um bebê”, conta a médica veterinária Andréa Karpen. Muitas visitas em sua casa também podem ser a causa da “tristeza”, que “acontece bastante”. “Essas situações podem estressar os bichinhos”, admite a médica.

37)
No trecho “Essas situações podem estressar os bichinhos”, a expressão destacada refere-se:

(A) Às “frescuras” dos animais, que fingem estar doentes.
(B) Às mudanças na rotina familiar e muitas visitas.
(C) Aos seres humanos, que maltratam os animais.
(D) À tristeza e ao abatimento dos animais.

Leia o texto abaixo:
Em quem você vai votar?
Se acha que não tem idade para se candidatar e nem está pensando em tirar seu título eleitoral, saiba que, mesmo assim, já pode começar a se engajar na política. No colégio paulistano Elvira Brandão, por exemplo, os alunos, criaram três chapas que concorreram ao grêmio, entidade que tem o objetivo de trazer melhorias para a escola. Além dos candidatos das chapas, todos puderam participar de debates e, depois, votar – em “urna” eletrônica e tudo! “Vou votar pela primeira vez este ano e acredito que as eleições do colégio ajudam a compreender o processo político. Me sinto mais preparada”, explica Patrícia Amaral Prata, aluna do 2º ano do Ensino Médio e uma das diretoras da chapa Impacta, que concorreu à eleição. Aproveitando que estamos em um ano eleitoral, porque você não pede à coordenação da escola para ajudá-la a organizar debates sobre política ou até mesmo promover eleições internas? Patrícia dá as dicas para quem quiser se candidatar: “é preciso se informar sobre como funcionam as eleições do colégio, saber o que significa o grêmio, apresentar para a direção uma proposta do que se quer melhorar na escola e fazer propaganda do plano de mudanças para que os outros alunos possam decidir em quem votar?” Tudo isso sem desrespeitar a liberdade de escolha de cada um, senão vira bagunça. Viu só?

38) No trecho “é preciso se informar”, a palavra se refere-se:
(A) Aos alunos que vão votar.
(B) Aos alunos que queiram se candidatar.
(C) A todos os leitores da revista.
(D) Aos eleitores em geral.

Leia o texto abaixo:
O que você quer fazer mais tarde?
Seu futuro profissional, assim como os seus estudos, são assuntos seus. Por isso, cabe a você encontrar seu próprio caminho. Talvez ele seja diferente do caminho planejado por seus pais. Nesse caso, explique a eles as suas aspirações.
Pode ser, no entanto, que você não esteja preparado para fazer uma escolha profissional. Seria preciso parar um pouco para refletir sobre as diversas possibilidades. O problema é que você tem de escolher já e definitivamente: humanas ou exatas? Inglês ou francês? Por onde começar? Em que profissão? É de deixar tonto! Mas não se culpe se você estiver desnorteado, ou se estiver se sentindo completamente bloqueado.

39) No texto as expressões que quebram uma sequência de idéias são:
(A) No entanto, mas.
(B) Nesse caso, por onde.
(C) Mas, assim como.
(D) Assim como, no entanto.

Leia o texto abaixo
Agradecendo a Deus
Um turista viaja para um safári na África. Durante a excursão na savana, se perde e acaba frente a frente com um leão feroz. Ao vê-lo avançando em sua direção, pede a Deus que um espírito cristão tome posse daquele leão. Nisto, ouve-se um trovão, seguido de um grande clarão no céu. O leão ajoelha-se diante do assustado turista e começa a rezar, dizendo:
- Obrigado Senhor, por mais essa refeição!

44)
O texto acima tem a intenção de provocar risos, é um texto humorístico. O que torna o texto engraçado?

(A) O trovão que clareia o céu tornando o leão bonzinho.
(B) O desespero do turista frente a frente com o leão.
(C) A forma como o leão agradece a refeição.
(D) A atitude do leão ao agir como cristão.

Leia o texto abaixo:
O início de um romance
Foi numa bela manhã primaveril... deixe-me ver... teria sido numa tarde outonal? Ou numa noite de verão? Acho que numa manhã invernal... sim, creio que foi mesmo numa manhã invernal que eu enlacei Monique ternamente pela cintura e beijei seus lábios carnudos. Monique suava muito... ah!... agora me lembro, Monique suava, era uma noite quente de verão e não uma manhã de inverno. Recordo-me perfeitamente que ela me pediu para tirar o seu casaco de peles que eu coloquei sobre o divã estendido, um lindo e caríssimo vison. Espere aí... casaco de peles? Era uma manhã de inverno mesmo, fria, cinzenta e chuvosa, como poderia me esquecer?
Levei Monique para o jardim e a deitei sobre a relva repleta de folhas amareladas... lembro-me nitidamente dessas folhas amareladas... não era manhã de inverno! Era uma deliciosa tarde de outono, uma tarde lépida e prazerosa. Como poderia deitar Monique num jardim sobre a relva numa fria manhã de inverno? Ainda mais porque Monique disse-me alguma coisa quando debrucei-me sobre ela para depositar meu ósculo cheio de paixão em seus lábios cor de pitanga... Monique disse... Monique disse... qualquer coisa a respeito de folhas... isso mesmo. Monique disse que a melhor estação era a primavera, não sei se reclamando do outono com suas falling leaves* ou porque era mesmo primavera.
Droga! Como posso dar início a um romance se nem mesmo sei em qual estação estávamos? Manhã primaveril, invernal? Tarde de outono? Noite de inverno?
Só sei que beijei Monique... Monique?
Ou foi Cristina?
* folhas que caem

48)
As reticências que aparecem no texto indicam:

(A) Hesitação ou breve interrupção de pensamento.
(B) Suspense para chamar a atenção do leitor.
(C) Falta de criatividade do autor do texto.
(D) Que o autor do texto é uma pessoa decidida.

Leia a piada abaixo:
O ladrão entra numa joalheria e rouba todas as jóias da loja. Guarda tudo numa mala e, para disfarçar, coloca roupas em cima. Sai correndo para um beco, onde encontra um amigo, que pergunta:
- E aí, tudo jóia?
- Que nada! Metade é roupa...

49) Na frase “- E aí, tudo jóia?” a expressão destacada apresenta ambigüidade . O
que causa o efeito de humor?
(A) O fato da mala conter jóias.
(B) O fato do ladrão não entender a pergunta.
(C) O fato da mala conter roupas.
(D) O fato do amigo não conhecer o conteúdo da mala.

Leia o texto abaixo:
O Padeiro
Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:
- Não é ninguém, é o padeiro!
Interroguei-o uma vez: como tivera a idéia de gritar aquilo? “ Então você não é ninguém?”
Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes
lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “Não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sabendo que não era ninguém.
Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante.
Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação do jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina – e muitas vezes saía levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.
Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque o jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam bem cedinho na porta de cada lar: e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “ não é ninguém, é o padeiro!” E assobiava pelas escadas.
Rubem Braga

51) A passagem do texto “Não é ninguém, é o padeiro!”, empregada pelo personagem revela:
(A) Inferioridade, já que sua profissão não era valorizada.
(B) Aceitação, já que ele não queria incomodar.
(C) Superioridade, julgava-se acima de qualquer outro trabalho.
(D) Desprezo, como se seu trabalho não tivesse valor algum.

Leia o poema abaixo:
Ah! Os Relógios
Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...
Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.
Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.
E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...
Mário Quintana

52) O trecho: “em seus fúteis problemas tão perdidas/ que até parecem mais uns
necrológios...”, refere-se:
(A) Ao tempo que inventa a morte.
(B) Às vidas que se perdem com futilidades.
(C) Àqueles que pensam na falta de tempo.
(D) Àqueles que pensam na morte e na vida.

Leia o texto abaixo:
Quanto vai restar da floresta?
No fim do ano passado, cientistas do Brasil e dos Estados Unidos fizeram uma previsão que deixou muita gente de cabelo em pé: quase metade da Amazônia poderia sumir nos próximos 20 anos, devido a um projeto de asfaltar estradas, canalizar rios e construir linhas de força e tubulações de gás na floresta.
O governo, que é responsável pela preservação da Amazônia e pelas obras, acusou os cientistas de terem errado a conta e estarem fazendo tempestade em copo d’água.
Você deve estar pensando, no final das contas, se a floresta está em perigo. A resposta é: se nada for feito, está.

53) A expressão “de cabelo em pé”, utilizada no texto, significa:
(A) Que muita gente ficou descabelada.
(B) Que as pessoas ficaram preocupadas.
(C) Que a moda é cabelo arrepiado.
(D) Que todo cientista arrepia os cabelos.

Leia o texto abaixo:
Fernanda Takai
Fernanda Takai, cantora e compositora, vocalista do grupo Pato Fu lançou um livro com o título: “Nunca Substime Uma Mulherzinha - Contos e Crônicas”, segundo suas palavras, o livro não tem a ver com as bandas de rock com vocais feminino, mas sim com a mulher em geral. Quem fica em casa lavando roupa e cuidando de filho parece invisível, mas as mulherzinhas são capazes de tudo.

54) Qual o sentido produzido pelo uso da palavra mulher no diminutivo:
(A) Inferiorizar a mulher que não trabalha.
(B) Enaltecer apenas o trabalho doméstico da mulher.
(C) Enaltecer a mulher que realiza todos os tipos de trabalho.
(D) Enaltecer as mulheres que trabalham fora de casa.

Leia o texto abaixo:
Quanto vai restar da floresta?
No fim do ano passado, cientistas do Brasil e dos Estados Unidos fizeram uma previsão que deixou muita gente de cabelo em pé: quase metade da Amazônia poderia sumir nos próximos 20 anos, devido a um projeto de asfaltar estradas, canalizar rios e construir linhas de força e tubulações de gás na floresta.
O governo, que é responsável pela preservação da Amazônia e pelas obras, acusou os cientistas de terem errado a conta e estarem fazendo tempestade em copo d’água.
Você deve estar pensando, no final das contas, se a floresta está em perigo. A resposta é: se nada for feito, está.

55) No texto, o autor está se dirigindo:
(A) Aos cientistas.
(B) Ao governo.
(C) A um amigo.
(D) Ao leitor.

Leia o texto abaixo:
A praia de frente pra casa da vó
Eu queria surfar. Então vamo nessa: a praia ideal que eu idealizo no caso particularizado de minha pessoa, em primeiramente, seria de frente para a casa da vó, com vista para o meu quarto. Ia ter umas plantaçãozinha de água de coco e, invés de chão de areia, eu botava uns gramadão presidente. Assim, o Zé, eu e os cara não fica grudando quando vai dar os rolé de Corcel!
(...) Então, vamo nessa: na praia dos sonhos que eu falei “É o sooonho!”, teria menos água salgada! (Menas porque água é feminina) Eu ia consegui ficar em pé na minha triquilha tigrada, sair do back side, subir no lip, trabalhar a espuma, iiiiihhhhaaaaaaaaa!(...)
pela Rádio 89,1 FM de São Paulo.

56) “Eu ia consegui ficar em pé na minha triquilha tigrada, sair do back side, subir no lip, trabalhar a espuma, iiiiihhhhaaaaaaaaa!(...)” As expressões destacadas são gírias próprias dos:
(A) Professores universitários em palestra.
(B) Adolescentes falando sobre surf.
(C) Geógrafos analisando a paisagem.
(D) Biólogos discutindo sobre a natureza.

Leia o texto:
Há alguns anos, o autor teatral Plínio Marcos escreveu um texto e, a partir dele, gravou um vídeo a ser apresentado aos presidiários da Casa de Detenção, em São Paulo. O objetivo era orientar os detentos sobre os cuidados que eles deveriam ter para evitar o contágio pelo vírus da AIDS.
Alguns trechos do texto:
Aqui é bandido: Plínio Marcos! Atenção, malandrage! Eu num vô pedir nada, vô te dá um alô! Te liga aí: aids é uma praga que rói até os mais fortes, e rói devegarinho. Deixa o corpo sem defesa contra a doença. Quem pegá essa praga está ralado de verde e amarelo [...]. Num tem dotô que dê jeito, nem reza brava, nem choro, nem vela, nem ai-Jesus. Pegou aids, foi pro brejo! Agora sente o aroma da perpétua: aids passa pelo esperma e pelo sangue, entendeu?, pelo esperma e pelo sangue! [...]
Aids não toma conhecimento de macheza, pega pra lá e pega pra cá, pega em home, pega em bicha, pega em mulhé, pega em roçadeira! Pra essa peste num tem bom! Quem bobeia fica premiado. E fica um tempão sem sabê. [...] Então te cuida!
Sexo, só com camisinha.

57) O autor do texto utilizou a variante lingüística própria daquele grupo social para:
(A) Adequar a linguagem à norma padrão.
(B) Buscar identificação por meio da linguagem para atingir os detentos.
(C) Linguagem direta para aproveitamento completo da informação.
(D) Falante e ouvintes pertencem ao mesmo meio sócio-cultural.
 
GABARITO
03C – 04B – 05A – 06C – 07A – 08D – 09D – 10B - 11C- 12B – 14A – 15D – 18D – 10A – 20B – 21C – 23C – 24D – 25D – 27C – 28B – 29B – 31A – 32C – 33D – 34A – 35D – 36B – 38B – 39A – 44D – 48A – 49B – 51B – 52B – 53B -M 54C – 55D – 56B – 57B.